Texto de Glenn Greenwald, editor do Intercept, publicado no seu blog em novembro de 2005, durante a visita do então presidente dos EUA George W. Bush à America Latina, que incluiu o Brasil, revela o que ele realmente pensa da Esquerda na América Latina, seus líderes e militantes.
The reality of Latin American reaction to Bush
por Glenn Greenwald - Friday, November 04, 2005
por Glenn Greenwald - Friday, November 04, 2005
Texto original no blog do Sr.Greenwald (em Inglês)
-> http://glenngreenwald.blogspot.com.br/2005/11/reality-of-latin-american-reaction-to.html-
Tradução:
A verdade sobre a visita de Bush a América Latina
por Glenn Greenwald - Sexta-feira, 04 de novembro de 2005
George Bush está na América Latina
nesta semana, visitando o Brasil e a
Argentina, e a maioria das reportagens na mídia americana estão tentando
retratar um pequeno número de "protestos" isolados, organizadas por socialistas infantis, como uma espécie
de grande protesto popular contra a visita de Bush, sugerindo, mais uma vez, que as políticas da Administração
dele são falhas, porque as pessoas em outros países não gostam do Bush.
Como de costume, a realidade é bastante
diferente do que a mídia dos EUA está reportando. .
É verdade
que nesta região (como também nos EUA), ainda
existe um pequeno e fervoroso grupo de fanáticos de esquerda que têm uma paixão
louca pelas desgastadas políticas socialistas/coletivistas que condenaram
milhões e milhões de pessoas na América Latina à pobreza, pobreza
inimaginável até mesmo para os americanos mais pobres.
Essas tais "manifestações de
massa" na Argentina e no Brasil são na realidade nada mais do que alguns
incidentes isolados de grafitagem de slogans pacifistas banais em Brasília, e
um "rali", semelhante ao da Cindy Sheehan, de socialistas do núcleo duro na Argentina, liderados por um jogador de futebol gordo e aposentado, venerador do Castro,
que encontrou tempo suficiente longe de
seu vício de cocaína de dezenas de anos, para aparecer usando uma camiseta tão inteligente com o nome de Bush em
cima de uma suástica.
Um quadro bastante diferente das demonstrações de massa e revolta popular
anti-Bush, descritos pelo New York Times e inúmeros repórters de televisão.
Em alguns países, especialmente na Venezuela, essa mania antiquada anti-americana da Esquerda não é pequena, mas
predominante, e é o que levou esse país a estar sob o polegar do repressivo do Hugo Chavez, uma cópia do Fidel Castro, cujo
principal objetivo ao participar da cúpula regional Latino-Americana, parece ser atrair Bush e os EUA para uma espécie
de jogo de insultos infantis, ao invés de estar fazendo algo construtivo para
ajudar o seu empobrecido e instável
país.
Não é surpresa que o principal
aliado de Chávez, que ama atenção, nesses
joguinhos, parecem ser os jornalistas e correspondentes americanos que estão
reportando a viagem de Bush. Eles instintivamente regurgitam histórias desse
suposto enorme sentimento anti-Bush, baseados simplesmente num punhado de socialistas lerdos, que destróem a propriedade pública com
clichês anti-guerra e hippies
latino-americanos desempregados, reunidos prá cantar uma música, curtir uma
celebridades e entoar uns cantos.
A mídia americana está acostumada a traduzir
esses incidentes isolados de forma equivocada, como se fossem uma representação
da opinião pública maior, na viagem com Bush pela América Latina, eles obviamente
carregaram na mala a sua preguiça jornalística.
É a mesma verdade nos EUA, os agitadores socialistas Latino-Americanos,
que captaram a atenção e o carinho dos meios de comunicação americanos, são tão sem substância quanto são inconsequentes.
São amantes de Fidel Castro. Eles insistem que a raiz de seus graves
problemas econômicos não são suas políticas coletivistas ou de caráter nacionalista,
é claro, mas as políticas econômicas
malignas dos EUA. Ao mesmo tempo, é claro, que ficam furiosos porque o malvado dos EUA não lhes está fornecemdo
uma maior ajuda econômica.
Durante o furacão Katrina, os
jornais no Brasil foram preenchidos por artigos de colunistas da esquerda e
cartas proclamando com a maior seriedade, que Katrina aconteceu porque Bush não
assinou o Tratado de Quioto e, como resultado, os americanos estavam recebendo
o que mereciam. Esse é o nível intelectual e moral desse pequeno grupo.
Não há como negar o fato que grande
parte do mundo se opõe à guerra no
Iraque e a América Latina não é exceção. Isso não é uma surpresa. Seja qual
for a opinião sobre a guerra no Iraque, é sempre o caso que as ameaças à segurança nacional de um país
só são levadas à sério pelas pessoas
daquele próprio país, e são levadas menos a sério pelas pessoas de
outros países.
Os ataques
de 11 de setembro não ocorreram em São Paulo e a Al Qaeda não está declarando guerra aos peruanos. Portanto, é
perfeitamente compreensível, mas igualmente irrelevante, que os latino-americanos não percebam como é
fundamental e urgente a necessidade de mudar o Oriente Médio, da mesma forma que
os americanos percebem que isso precisa acontecer..
Deveria ser
óbvio que os riscos colocados à segurança nacional americana serão melhor
compreendidos e apreciados pelos americanos e não por aqueles em outros países.
E no entanto, a mídia americana se
recusa a entender o que os cidadãos
americanos entendem perfeitamente bem: especialmente quanto à questões de segurança nacional americana: o fato das pessoas
em outros países se oporem ao que estamos fazendo, não significa que o quê
estamos fazendo é equivocado ou errado.
Isso parece ser uma idéia simples de
entender, mas mesmo assim o argumento central da mídia americana, bastante refletido
na viagem latino-americana de Bush, é que "as
pessoas em outros países não gostam de Bush, portanto ele é um presidente
ruim".
A grande maioria das pessoas aqui no
Brasil, e em toda a América Latina,
não estão grafitando muros, ou abandonando os seus empregos e filhos para ir
participar de uma manifestação anti-Bush. Apenas
um pequeno número de adoradores do Che Guevara estão fazendo isso. Mas nada
disso impedirá a mídia americana de descrever a realidade aqui de forma muito
diferente, porque os comícios anti-Bush em larga escala são excitantes,
divertidos e consistentes com sua ideologia.
UPDATE: Enterrado no relato do
"protesto" do New York Times nesta manhã, submerso embaixo dos
parágrafos iniciais e típicos que descrevem este protesto depravado como
prova de que "os problemas de Bush o perseguiram até uma reunião cumbre
internacional aqui" - é essa passagem, que realmente diz tudo o que você
precisa saber sobre os manifestantes e os sentimentos que os motivam:
Como o Sr. Chávez falou,
ele foi interrompido por cânticos da multidão zombando de Bush. Todas as menções de Fidel Castro, em contraste,
foram animadas, assim como referências frequentes do Sr. Chávez ao desejo de
unir toda a América Latina em uma nova onda de socialismo. . . . .
Os milhares de manifestantes levaram bandeiras chamando o Sr. Bush de "fascista", "assassino infantil" ou "besta genocida", alguns com os "s" em seu nome substituídos por um sinal de dólar ou uma suástica.
Os milhares de manifestantes levaram bandeiras chamando o Sr. Bush de "fascista", "assassino infantil" ou "besta genocida", alguns com os "s" em seu nome substituídos por um sinal de dólar ou uma suástica.
Fidel
Castro foi um dos ditadores mais repressivos e assassinos do mundo nos últimos 40 anos. Será
que é realmente um "problema" para Bush ter uma multidão que adora
Castro estar protestando contra ele? Somente nos olhos de repórteres
preguiçosos e estúpdos, essa multidão afirmativamente pró-Castro e seu
comportamento seriam vistos como algo significativo, com credibilidade e nobre.
UPDATE II: As fotografias da
manifestação dizem muito sobre o quê realmente aconteceu e sobre a verdadeira natureza odiosa e os pontos de
vista autoritários desses "manifestantes".
publicado por Glenn Greenwald |
11:57 Sexta-feira, 04 de
novembro de 2005
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Texto original do Sr. Greenwald (em Inglês):
Dica do texto do Sr. Greenwald me foi enviada pelo escritor e
jornalista da Carta Capital Antonio
Luiz M.C.Costa (@AluizCosta) - grata pela dica.
Tradução e postagem por Isabel
Monteiro
Grifos/bold texto e highlights foram por mim adicionados
Grifos/bold texto e highlights foram por mim adicionados
Isabel Monteiro: (https://en.wikipedia.org/wiki/Drugstore_%28band%29)
aka (também conhecida como) Gringa
Brazilien (@GringaBrazilien)
Reprodução: material público para livre distribuição
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São Paulo, 28 de janeiro de 2018
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